No Brasil, um Comitê Gestor Internet cumpre o papel maior de dar diretrizes à implantação desse tipo de redes no país. Para desempenhar esse papel, o Comitê se estrutura em vários subcomitês, e recorre a tarefas de apoio de outras organizações, como a RNP, FAPESP, IBASE, etc.
Para utilizar a Internet, um usuário precisa ter acesso a um computador conectado à rede. Existem diversos tipos de conexão, e através deles as pessoas podem fazer uso dos serviços descritos mais adiante. Até recentemente, no Brasil, isto era restrito a professores, estudantes e funcionários de universidades e instituições de pesquisa. Em adiçao, instituições governamentais e privadas também obtiveram acesso devido a colaborações acadêmicas e atividades não comerciais.
A partir de 1995, surge a oportunidade para que usuários fora das instituições acadêmicas também obtenham acesso à Internet e que a iniciativa privada venha a fornecer esse serviço. Isto significa que haverá cada vez mais computadores brasileiros, fora das instituições de ensino, ligados à Internet, e que um vasto leque de aplicações surgirá a curto prazo.
Enquanto no âmbito da Internet puramente acadêmica os papéis desempenhados e principalmente os encargos financeiros não são muito claros, a exploração comercial da rede exige uma melhor defini,cao. Nessa Internet/Brasil, vale a pena distinguir claramente os seguintes papéis:
Originalmente, quando a Internet era primariamente acadêmica, o acesso à rede era provido (instalado e operado) por instituições acadêmicas. Em paralelo, serviços on-line com limitada intersecção com a Internet eram operados nos EUA e Europa por pequenas e grandes instituições de natureza privada, variando de BBSs (Bulletin Board Systems) de fundo de quintal a OSCs (On-line Service Companies) gigantescas, operando em escala mundial, como a COMPUSERV, AOL, etc.
O boom da Internet tem feito com que todos tenham reciclado sua atuação para articular acesso de/para a grande rede.
Há portanto um grande e ainda crescente espaço de provedores de serviços Internet, que para fins didáticos, podemos dividir em: Provedores de Backbone, Provedores de Acesso; e Provedores de Informações.
Um provedor de serviços de backbone opera, pois, no atacado de conectividade, vendendo acesso a outras empresas que farão a (re)venda de acesso para usuários finais ou simplesmente utilizarão a rede para fins institucionais internos.
O jogo de um provedor de backbone, portanto, é de grande escala e normalmente se mede em investimentos na casa dos milhões de reais.
O provedor de acesso é portanto um varejista de conectividade à INTERNET, e como todo varejista pode operar em diversas escalas, desde um nível mínimo (ex.: uma máquina e umas poucas linhas telefônicas para acesso discado) até um nível de ampla atuação em uma região, aproximando-se da escala de atuação de provedores de backbone.
Este, contudo, não é o único meio de usar comercialmente uma conexão de sua instituição à Internet. A comunicação digital oferece uma oportunidade única para a propaganda e marketing de seu produto. Constitui-se num excelente meio para construir a imagem pública de uma empresa, bem como dar assistência on-line aos seus clientes, como por exemplo, no caso de apoio a usuários de software. Portanto, nem toda informação a ser disponibilizada por instituições de caráter comercial precisa ser vendida.
A comunidade cibernética tem opiniões fortes sobre uso indevido da rede. Devido a sua origem não-comercial, nem todo tipo de comportamento é bem tolerado por seus usuários. Por exemplo, a distribuição de material pela rede através de correio eletrônico é a pior forma de anunciar seus serviços. O "castigo" para propaganda exagerada e principalmente não solicitada é a sobrecarga do sistema de correio eletrônico de sua empresa com protestos (muitas vezes automáticos e intencionalmente produzidos em grandes quantidades).
Sistemas de informação (WWW e Gopher) e servidores de correio que possam ser acessados voluntariamente pelos clientes em potencial, recheados com serviços atrativos, dados e aplicativos que possam ser trazidos por FTP, são a melhor escolha.
Os papéis acima definidos tem o objetivo de organizar a forma de atuação das pessoas (físicas ou jurídicas) na Internet; uma mesma pessoa pode ser tanto um provedor de acesso quanto um provedor de informação. Muitos provedores de acesso disponibilizarão informações na rede e desejarão conectar suas redes locais, podendo ser considerados provedores de informação e donos de uma conexão institucional. Muitas instituições desejam ter seu sistema de informações com acesso público. Também podem dar acesso a fornecedores ou subsidiários que não podem pagar uma linha do porte apropriado, nem desejam arcar com os custos de um provedor de acesso intermediário. As universidades têm atuado tanto como provedoras de informação quanto de acesso. Em muitos países existem instituições que acumulam os papéis de operadora de conexão, de backbone e de provedora de acesso.
Da mesma forma, nem todos os interessados na Internet necessitam ter linhas dedicadas de alta velocidade diretamente ligadas a um backbone. A RNP, neste primeiro momento, dará prioridade de conexão ao backbone federal para os provedores de acesso e informação que possam ajudar a criar uma infra-estrutura nacional de redes, cumprindo exigências mínimas para que se aproveitem ao máximo ' os recursos limitados de telecomunicação existentes no País. Os que desejarem conexões puramente institucionais serão incentivados a colocar serviços e dados on-line, ou a esperar o surgimento de provedores de acesso. Isto deve estimular o surgimento de serviços com efeito multiplicativo, que ajudem a desafogar a demanda reprimida por serviços de redes existentes no país, através da participação da iniciativa privada.